Aniara Nascimento Corrêa
Daniel Silvestre
Paulo Henrique D’Ângelo Seixas
Paulo Sérgio Panse Silveira
Silvia Regina Bertolini
O Observatório de Recursos Humanos em Saúde de São Paulo – Estação ObservaRHSP no eixo de investigação “Formação e Mercado de Trabalho” pesquisa, desde a sua criação em 2003, a dinâmica estabelecida entre a formação de profissionais na área da saúde e o mercado de trabalho. O tema “Planejamento de Força de Trabalho Médico” em suas dimensões quantiqualitativas é agenda contínua desta Estação, uma vez que a exploração e elucidação deste componente é um dos condicionantes para a garantia de acesso equânime da população aos diferentes pontos das redes de atenção à saúde.
A dificuldade de atração e fixação de profissionais médicos em áreas geográficas carentes e mais distantes dos centros formadores têm sido um dos principais e recorrentes desafios da implementação do Sistema Único de Saúde – SUS, no Brasil. A concentração dos médicos em grandes centros urbanos do Sul e Sudeste tem sido explicada por múltiplos fatores, como: presença de equipamentos que incorporam o desenvolvimento tecnológico acelerado, existência de escolas médicas de qualidade reconhecida e competitividade internacional, alternativas culturais e educacionais para o desenvolvimento e socialização familiar, acesso à informação, entre outras.
Este cenário, de busca de melhores oportunidades de colocação no mercado de trabalho e acesso mais facilitado ao aprimoramento profissional e especialização, geralmente existente em países desenvolvidos, e no caso do Brasil em regiões e grandes centros urbanos, provoca a migração de médicos e de outros profissionais de saúde, entre regiões de um país e entre países. O resultado dessa movimentação, nominado como “brain draim” na literatura internacional, promove e acentua as desigualdades à oferta de serviços médicos, em países e regiões com desigualdades econômicas e sociais já existentes.