O Congresso Anual da Associação Latina para a Análise dos Sistemas de Saúde (Calass), que ocorreu de 30 de setembro a 1º de outubro na Cidade do México, contou com a presença brasileira. O trio de pesquisadores do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (NESCON/UFMG), Cristiana Carvalho, Sabado Girardi e Ana Cristina Van Stralen, fez apresentações focadas em aspectos cruciais do sistema de saúde brasileiro e latino-americano.
Cristiana Carvalho destacou questões de “Desigualdades de Gênero e Raça na Força de Trabalho em Saúde no Brasil“. Seu estudo abriu caminho para apresentar como o setor de saúde no Brasil viu sua Força de Trabalho crescer mais de 60% em 13 anos, atingindo 10,1 milhões de profissionais em 2022 e aumentando sua relevância na economia. A presença feminina também aumentou, chegando a 68,3%, e houve ganhos modestos na inclusão racial, especialmente em campos como medicina e odontologia. Apesar desses avanços, desigualdades salariais baseadas em gênero e raça ainda persistem, com homens brancos sendo os mais bem remunerados.
Ana Cristina Van Stralen abordou um tema não menos relevante com seu estudo “Deserción de Programas de Residencia Médica y de Otras Profesiones de la Salud en Brasil“. A pesquisadora propôs estratégias para a retenção de profissionais de saúde em programas de residência, um tema de vital importância para a sustentabilidade de sistemas de saúde de alta qualidade.
Sabado Girardi completou o trio com uma análise abrangente da “Escassez de Médicos em Atenção Primária em Saúde no Brasil – 2010 – 2021“. Seu trabalho gerou um debate sobre como abordar o problema persistente da distribuição e da acessibilidade dos médicos, especialmente em áreas rurais e menos desenvolvidas do Brasil.
“É um momento histórico para a saúde pública e para a pesquisa em saúde na América Latina”, comentou Cristiana Carvalho. “Estar aqui e compartilhar essas ideias é uma forma de enriquecer não apenas o diálogo acadêmico, mas também de contribuir para políticas de saúde mais eficazes.”
Representando a “Rede Colaborativa para Estudos Estratégicos da Força de Trabalho em Saúde no Brasil“, os pesquisadores não apenas mostraram a vitalidade e profundidade da pesquisa em saúde no Brasil, mas também destacaram as questões que precisam de atenção imediata para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 3) da ONU.
Os trabalhos apresentados, que agora estão disponíveis online, servirão como referências para futuras políticas e estratégias de saúde na região.
Clique nos links para acessar as apresentações:
Cristiana Carvalho – “Desigualdades de Gênero e Raça na Força de Trabalho em Saúde no Brasil” | Aqui
Ana Cristina Van Stralen – “Deserción de Programas de Residencia Médica y de Otras Profesiones de la Salud en Brasil” | Aqui
Sabado Girardi – “Escassez de Médicos em Atenção Primária em Saúde no Brasil – 2010 – 2021” | Aqui