Cristiana Leite Carvalho
João Batista Girardi Junior
Jackson Freire Araújo
Ângelo Giuseppe Roncalli
A inserção de equipes de saúde bucal no Programa de Saúde da Família a partir de 2000 trouxe novas perspectivas para a organização do modelo de atenção odontológica nos municípios brasileiros. Mudanças relacionadas ao aumento da cobertura populacional e ao incremento do emprego para profissionais da área odontológica têm sido apontadas pelos dados estatísticos disponíveis. Esse crescimento deve gerar um impacto importante no que diz respeito à melhoria do acesso aos serviços de saúde bucal para a população brasileira, tradicionalmente desprovida de assistência odontológica, e em relação ao mercado de trabalho da odontologia. Esse estudo teve como objetivo caracterizar a situação dos serviços públicos municipais de saúde bucal no país relativamente à sua atual estrutura organizacional e operacional, especialmente no que diz respeito à conformação da equipe de saúde bucal que atua tanto na rede básica quanto no Programa de Saúde da Família. Em relação ao modelo assistencial, 30,7% dos municípios estão organizados exclusivamente com base em unidades de saúde; 16,1% possuem estão organizados sob o modelo de equipes de saúde da família, e 53,1% possuem um modelo misto, unidade de saúde e equipes de PSF. Espera-se que as informações coletadas possam subsidiar a elaboração de uma linha de base que permita avaliações posteriores da atenção odontológica e dos recursos humanos em saúde bucal, bem como contribuir para as tomadas de decisões relativas à saúde bucal no país, considerada atualmente uma das prioridades na agenda das políticas públicas na área da saúde.
Trabalho em saúde Rede Colaborativa para Estudos Estratégicos da Força de Trabalho em Saúde no Brasil