Cristiana Leite Carvalho
Jackson Freire Araújo
Jaqueline Medeiros Farah
Lucas Wan Der Maas
Sábado Nicolau Girardi
Desde o início da década, a Estação de Pesquisa em Sinais de Mercado em Saúde (EPSM) vem monitorando o emprego na Estratégia Saúde da Família (ESF) com o objetivo de conhecer as mudanças ocorridas nas formas institucionais e contratuais que cercam suas relações de trabalho, bem como as mudanças nos salários praticados e no tempo de permanência dos profissionais. Para tal, foram realizados três surveys amostrais, de âmbito nacional, nos anos de 2001, 2006 e 2009, junto aos coordenadores municipais da ESF. A qualidade do emprego, nesse processo de monitoramento, foi dimensionada, tendo sido considerada como um fator determinante na atração e retenção dos profissionais contratados e esta com a formação de vinculo com os usuários/comunidades, condição necessária para a provisão de serviços de saúde de qualidade.
Segundo o Comitê Nacional Interinstitucional de Desprecarização do Trabalho no SUS do Ministério da Saúde, em documento de 2006, cerca de 600 mil trabalhadores em saúde no SUS possuíam trabalhos precários o que representava 24% dos postos de trabalho em serviços de saúde (IBGE, AMS 2005). Com relação aos trabalhadores inseridos na ESF, à época, cerca de 20% a 30% apresentava vínculos precários de trabalho, o que gerava insegurança, alta rotatividade e insatisfação profissional, comprometendo a dedicação dos profissionais e a qualidade dos serviços (MS, 2006).
Por outro lado, a situação de franca nulidade jurídica (Nogueira, 2004) que caracteriza grande parte da contratação de trabalho precário na administração pública coloca a ESF sob situação de risco permanente, quer seja para a gestão quer para o trabalho.